Às vezes custa fingir que acredito em coisas que não passam de mentiras. Mas pelo bem da " humanidade ", digo que sim, que tudo bem.
Fecho os olhos e vou seguindo em frente assim, com eles bem fechadinhos. Dá jeito e menos chatices, e até pode ser que passe.
Com aquele nó na garganta e a alma musculada, armada em forte, pergunto-me se será pena, amizade, respeito ou amor. Junto um mais dois, acrescento o óbvio e ponho a última hipótese de parte. Hesito entre a segunda e a terceira, e começo a acreditar que estão lá as duas. Encho o peito e interiorizo que depois de tudo dito já não preciso de esperar nada, o que por um lado é um alívio.
Passar por esta vida à espera de alguma coisa que não chega, e finalmente se torna claro que nunca vai chegar, destrói o que sou e impede-me de tentar ser quem gostaria. Agora posso voltar a ser menos alguém e mais eu: uma mulher que sente, sente profundamente. Dá, recebe, chora, e é mais fiel aos seus sentimentos do que gostaria. A mulher ingénua e pura, aquela que chocou por afinal ter desejos e vontades, e que às vezes consegue ser uma fortaleza e se recusa a derramar mais uma lágrima. Aquela que agora se compromete a seguir em frente.
Por isso esta mulher vai fazer uma pausa.